sexta-feira, 1 de abril de 2011

Olhando de novo! *-*

 Quem sou eu senão a liberdade nas asas do vento
do tempo que me possui
da liberdade que me alimenta

 Quem sou eu se não posso falar bobagens
e extravasar sentimentalismos
nem ganhar dois dedos de má fama

 Quem sou eu se não gritar meus amores ilários
minhas decepções inventadas
minhas desilusões inacabadas

 Quem, afinal seria eu,
se não fosse bem desse jeito
que me encanta e fascina - abobada?!


Valquiria


Os ventos que descabelam minha alma
são os mesmos ventos suaves
que das flores se as despetala


Outros perfumes me frangrancia
de cheiros ounotnais e bonaças
que em cantos encantam fácil


Outras auroras me chamam
- Ainda não vou! as respondo
que vou ver o por-do-sol - sem jeito, calam


Valquiria




Soneto de Camões


Quem vê, Senhora, claro e manifesto 
O lindo ser de vossos olhos belos, 
Se não perder a vista só em vê-los, 
Já não paga o que deve a vosso gesto.

Este me parecia preço honesto, 
Mas eu, por de vantagem merecê-los, 
Dei mais a vida e alma por querê-los, 
Donde já me não fica mais de resto.

Assi que a vida e alma e esperança 
E tudo quanto tenho, tudo é vosso, 
E o proveito disso eu só o levo:

Porque é tamanha bem-aventurança 
O dar-vos quanto tenho e quanto posso, 
Que, quanto mais vos pago, mais vos devo.



 Traduzir-se



Por Ferreira Gullar


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo. 

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão. 

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira. 

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta. 

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente. 

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem. 

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?






Beijos meus amores ♥

10 comentários:

Regina Antunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Uma descoberta fascinante!
Lindas fotos!
Vou roubar uma...
Bjus carinhosos

¸/\ღ/\¸
(=•_•=)
.*•.¸.•*
ღ♥*♥ღ.•*¨) ©
.(")_(") (¸.•*¨*•►

Unknown disse...

Esse poema do Gullar é massa! Abraço.

kiro disse...

Assinem em baixo, assinem por si!

Ser quem somos é nossa maior riqueza!!!

Leve, Soninha, quantas quiser!!!

E sim, R.B. Suuuuuuuuuuuuper massa. Traduzir-se é instigante e delicioso!!!



Beijos doçuras ^_^•

Tatiana Kielberman disse...

Lindas demais as combinações que você nos traz aqui, querida...

Sejam versos seus ou de outros, fica show!

Beijos! Parabénsss!

kiro disse...

Obrigada Tati... ♥ Me deixa sem jeito e toda orgulhosa...

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

"Quem, afinal seria eu,
se não fosse bem desse jeito
que me encanta e fascina - abobada?!"
uma sequência poética para ter do fim da tarde certa calma , mesmo qeu "abobada"...o que talvez seja o melhor

Lena disse...

Kiro, minha amorinha linda
O poema Traduzir-se, de Ferreira Goulart, é de uma beleza indescritível...O texto dele é
assim como você, garota. Que linda, você é!!! Agora que pude te ver melhor, vc é mais linda do que eu já achava.
Beijokas mil!

Anônimo disse...

Kiro!

Você é uma pessoa rara, dessas classificadas como especiais. Tenho certeza disso e olha que eu nem te conheço pessoalmente... Mas acho que ao ler você, conheci um pouco da sua essência. Nunca me engano com as pessoas, sabia?

Camões, Ferreira Gullar e Kiro? Combinação perfeita! Estou lendo um livro que reúne os melhoes poemas de Ferreira Gullar - na verdade estou lendo dois, Crime e Castigo e esse. Adorei saber que você também gosta!

Beijos

kiro disse...

Obrigada meus doces...

Não tenho medo de me expor a quem trata minh'alma com carinho ♥

Nem sempre tão boa que não se encontre defeitos...

Nem sempre tão ruim que não se possa gostar!!!

^_^•

Amo estarem aqui comigo ♥

Um beijo cheio de carinho a cada um, especialmente...!

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