- Conta-me uma história?
- Que história quer ouvir?
- Uma onde a mocinha seja livre, o céu seja cor-de-mel e os lagos todos para se banhar!
"Era uma vez uma mocinha livre, namorava o céu escuro da noite e adormecia contando estrelas! Eram seu segredo mais profundo. Cada uma guardava em si a receita de um sorriso no rosto da jovem.
Cantava-lhe a noite! A melodia prendia-se em seus cabelos em diáfanas flores de laranjeira. O perfume que seus lábios sopravam na cútis da menina perpetuava para além do azul. A menina sorria.
Houve, então, que num entardecer com o céu da cor do mel-da-abelha, surgiu no horizonte entrecortado de plantações viçosas e montes arrebitados invadindo o alaranjado do sol, uma silhueta. Era algo inesperado que despertou a curiosidade e a atenção da jovem. Ansiosa, aguardou que a silhueta se movesse lenta pelo caminho que serpenteava até ela. Lenta! Lenta demais para a ansiedade dela.
Enfim (e até que um dia! - pensara ela), deixava de ser uma silhueta para tornar-se um rapaz bonito, olhos cor-do-chão, cheiro de grama cortada. Tirara-a da introspecção enamorada com que admirava o céu noturno para guardá-la, dali em diante, entre lençóis de seda, cheiros de cozimento, carinhos e mimos de pele quente.
Olhava pela janela e sentia... o que seria? Lá no fundo, bem dentro do peito, sim... - a janela! Olhava para o horizonte. Estava... - que cor era aquela? Mel-da-abelha... Mel...? Mel! Céu! Estrelas! Risos...
Afinal, onde estaria ela?! Bem ali, diante da silhueta que tornara-se homem, frente ao jovem de olhos cor-do-chão. Olhou-o fundo, sorriu. Correu para longe antes de ser aprisionada distante da liberdade do céu!"
- Gostou da história, querida?
Por Kiro Menezes
Um comentário:
"...que beom que ela fugiu a tempo, ou o amaor daquele homem iria aprisiona-la para sempre, eternamente, tirando e privando-a de sua real liberdade"
Bjin e muitas sdds de ti...Fique bem
Postar um comentário