terça-feira, 1 de março de 2011

Louco Currículo (Gambiarra Profana)




Louco Currículo




Quando o mundo foi feito
eu era anjo mandado para cá
para ajudar na arrumação das coisas.
Depois virei cliente mesopotâmico.
Depois virei escravo egípcio.
Depois virei efebo ateniense.
Depois virei cortesã romana.
Depois virei serva feudal.
Depois virei comerciante renascentista.
Depois virei escravo jeje nagô industrial.
Hoje sou tudo isso ainda querendo ser artista.
Sem casa, sem dinheiro.
Só a vontade, só o sonho,
só o devaneio, só a loucura.
Mas nesse circo neoliberal
que faz de mim palhaço,
eu navego em mares cansados.
Cansados de serem navegados.
Mas nesse picadeiro aquecidamente globalizado,
eu não quero me cubrir em bandeiras;
me esconder em ideologias;
me enganar em filosofias,
pois eu sei que só digo coisas que já foram ditas
e só escrevo coisas que já foram escritas.

Marcio Rufino


7 comentários:

Anônimo disse...

Como diria um amigo velho, um velho amigo, aquele velho homem...

"Sou do tempo que homens eram homens e carros eram carros"

Beijo!

kiro disse...

rsrs!!! Adora isso né?!

Beijo, Lindo ♥

Unknown disse...

É difícil não nos repetirmos! Abraço.

Anônimo disse...

Qual é deste post aí em baixo escondido guria?
Se não sou mexeriqueira e com tempo eu nem ia ver!
Que horror, deixar escondido uma coisa linda dessas!

Anônimo disse...

Que vontade de roubar...
não vou roubar...
não vou roubar.....
não vou roubar...
Roubei!
hihihihihi

kiro disse...

Aii Soninha, sua boba!!! Amei... hehehe

Fofissima vc ♥

Sergio-SalleS-oigerS disse...

Se bem me lembro este foi o primeiro trabalho do poeta Márcio Rufino publicado na Gambiarra Profana e pra mim vê-lo postado aqui no blog da Gambiarra Profana pelo próprio Márcio Rufino é de grande importância. E me traz o mesmo encantamento de quando eu o li pela primeira vez. Tenho a sorte de encontrar poetas e poesias dignos de dividir palavras. E o Márcio Rufino com certeza é uma delas.

Obrigado Kiro por divulgar não somente merecidamente o poeta Márcio Rufino como também a Gambiarra Profana.

Beijos...

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